ah, cansei e mudei de blog

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Chegou o inverno nesse país tropical abençoado por deus e bonito por natureza, mas que beleza. Se bem que não é O INVERNO conhecido em continentes boreais e territórios andinos, mas quebra um galho. É um friozinho gostoso e seco que nos faz tirar o casaco do guarda roupa, enfim o inverno taí. Festa de são João, caldo verde, canjica, bolo de mandioca, chocolate quente, Capuccino e tudo que há de bom. Ah, sem o calordodiabo que ferve está terra do divino e nos leva a loucura e desejos de morar na Sibéria.

Sábado passado foi aniversário de Um ano do meu priminho, foi super colorido, divertido e doce. Pena que ele não vai se lembrar de nada. Num determinado momento da festa minha tia disse uma coisa que me partiu coração:

“toda criança deveria vir ao mundo assim: festejada.”

Tive uma infância e pré adolescência bem católica e depois tudo começou a descambar. Não entrarei em detalhes sobre assunto e nem sobre minha bizarra relação com religião, o que eu quero comentar é sobre um texto bíblico que sempre me deixou meio... meio... sei lá, não achei lá uma boa lição. Tudo bem, todos sabem que eu acho a bíblia o maior boato da historia da humanidade e ratifico o que Saramago disse uma vez: a bíblia é cheio de maus conselhos. Certo, certo lá tem alguns bons conselhos também... No momento só me lembro o “ame o próximo” que é um bom conselho. Sei lá, não sou uma leitora muito assídua do livro. O texto que eu quero falar é o filho prodigo.

A estória sempre me deixou meio intrigada por que a única lição que eu tirei dela foi simplesmente faça o que quiser, quando quiser, não tenha respeito por nada e por ninguém, festeje bastante, seja libertino e quando você se cansar volte que você será recebido com uma festa que o idiota que ficou, labutou, respeitou e foi fiel nunca recebeu na vida. E isso nunca me pareceu lá muito “cristão”, sabem. Analisemos a historinha:
_filho pede a herança pro pai vivo e sai pro mundo festejando entre outras coisitas mas;
_o outro filho fica e continua ajudando o pai;
_filho esbanjador gasta tudo e fica pobre na miséria e então decide voltar (vejam bem, ao meu ver não há arrependimento do fundo do coração. O que houve foi esperteza porque ele fez o que qualquer pessoa na miseria faria, voltaria e pedia arrego pro pai. Agora se ele voltasse ainda com dinheiro e sem passar fome, ai sim...)
_pai aceita que o coisinha volte e faz uma festa de arromba pra comemorar a volta do infeliz (quer dizer pro filho prodigo).
_o pai não faz festa pro filho que ficou com ele e o ajudou...

Depois que eu li essa estória eu pensei porque então devemos ser retos em nossas vidas se formos pros caminhos das bacanais sem ligar pro outros porque sempre poderemos voltar pra “casa do pai” e sermos recebidos com festa? Taí uma coisa que não me entra na cabeça? O que isso devia me ensinar? Que os bonzinhos não são festejados?

Noite retrasada tive um sonho que eu achei muito interessante e por isso vou escrevê-lo aqui.
Sonhei que o mundo ia acabar e todo mundo sabia disso e em vez de caos e pesares estávamos todos em paz e comemorando. No meu sonho eu e meus estávamos entediadíssimos então resolvemos procurar uma festa para comemorar o fim do mundo o que pra nossa surpresa não era possível por que todas as festas pareciam demasiadamente chatas para ser a nossa ultima festa. Rodávamos a cidade em busca da Ultima festa quando o meu celular toca, eu olho no visor que mostra os dizeres “mamãe” eu atendo e a voz do outro lado da linha diz:
_ volte pra casa agora! O fim do mundo é uma coisa que deve ser comemorada em família.
Eu despeço dos meus amigos e volto para comemorar o fim do mundo no aconchego do lar.

não quer deixar ir a algum lugar, tudo bem.não ter motivos pra a não permissão, beleza. agora dizer que não pode ir por que é mulher, aí meu amigo você foi longe demais. seria melhor dizer: você não vai por que eu não quero. pronto.

um amigo disse que usar saia devia ser opressivo. usar saia não é opressivo, fato é que gosto de saia, opressiva é a sociedade. não ponha a culpa do machismo e da misogenia numa peça de roupa.

eu não sei o que se esperam das mulheres hoje em dia e na boa, nem quero saber. vou fazer o que eu quiser fazer e não me olhem com desaprovação dizendo que isso não é a postura esperada de uma mocinha.

fato é que não sou "homemhéterocaucasiano", estou em ligeira desvantagem. nem por isso ficarei enclausurada chorando as pitangas... acho que vou a luta.

as vezes, nem sei porque, eu me pego pensando se vale a pena lutar por qualquer coisa, afinal putrefaremos todos não importando se nos importamos ou se lutamos por qualquer coisa.